Por Carlos o
Nós jovens temos a nosso favor a
força natural da juventude a disposição sempre presente, audácia, autoconfiança
e até mesmo uma boa dose de arrogância quase que a flor da pele, porém temos somente
duas coisas que nos deixam à mercê de nossas impulsividades e inconseqüências:
A necessidade de auto-afirmação perante o grupo ao qual pertencemos e o desejo
de sermos aceitos por este grupo a qualquer preço.
Antes de continuar gostaria de
apresentar-me:
Carlos Vieira Bisetto nascido a 22
de março de 1957, filho de...
Mas um momento!
Se eu nasci a 22 de março de 1957
como posso estar iniciando este livro com o parágrafo “Nós jovens”? Se ainda
sei fazer contas estou com 50 anos ou mais.
Bem... Poderia neste momento fazer
um discurso básico de quanto ainda sinto-me jovem e como sou capaz de fazer
qualquer coisa que um jovem entre 12 e 18 anos é capaz de fazer, justificando
assim o uso do parágrafo acima e aí, cairia inevitavelmente no descrédito.
O que quero realmente mostrar é que
eu também assim como todos nós sou ou já fomos jovens um dia, e que exatamente
por isso posso afirmar que todos nós (quase sem nenhuma exceção) começamos a
fumar ou ao menos experimentamos o cigarro e até mesmo outras drogas mais
pesadas por conta desta necessidade de auto-afirmação e aceitação pelo grupo.
Um belo dia alguém do grupo que se
destaca pelo seu poder de liderança pela sua força e carisma começa a fumar ou
a usar drogas e até mesmo (às vezes) sem que perceba acaba por influenciar o
resto do grupo, e para não ficarmos para trás ou fazermos papel de fracos
perante a gatinha que estamos azarando ou o gato desejado e perante os demais
membros do grupo embarcamos nesta verdadeira canoa furada.
Já imaginou que fantástico seria se
nascêssemos com a experiência de vida de uma pessoa de 80 anos inclusive na
idade física e aos poucos viéssemos rejuvenescendo sem perdermos as
experiências... Chegaríamos aos 18 anos sentindo-nos como verdadeiros
SUPER-HOMENS não é mesmo?
Claro que nesta fantasia só quem
iria sofrer um pouco seriam nossas mães que teriam um trabalho de parto um
pouco mais complicado, pois dar a luz a um ser humano de 80 anos não seria nada
fácil...
Enfim... Se você já leu esta pequena
introdução chegou a hora de decidir se continua a leitura ou para neste
momento. Lembre-se a decisão é somente sua assim como nosso poder de escolha e
assim será durante toda nossa vida.
O relato a seguir é o testemunho de
uma situação muito ruim e dificuldades que passei até que chegasse neste
pequeno livro e que pode estar dando a oportunidade de você decidir e escolher
se quer ou não passar por tudo isso assim como eu passei.
Espero que faça a escolha certa...
De qualquer maneira seja lá qual for sua decisão desejo-lhe sorte, vida longa e
próspera, com muita saúde e nenhum tipo de droga em sua vida, pois só assim
você conhecerá o sabor inigualável e fantástico de gozar a vida.
Agradecimentos
A todas as pessoas que de alguma
forma me ajudaram a finalizar este pequeno trabalho com suas colaborações,
sugestões, críticas, palavras de incentivo e apoio.
Apresentação
Quando tive a idéia de relatar
minhas experiências e as sensações de parar de fumar, dia após dia, registrei
tudo num ato contínuo como se fosse um pequeno diário. Tinha em mente mostrar,
para algumas pessoas mais íntimas de meu círculo de amizades (que assim como
eu, tornaram-se escravos deste vício), que parar de fumar não era tão difícil
assim.
Porém, após ter mostrado para alguns
amigos e colegas de trabalho, me dei conta que devido ao grande interesse
destas pessoas, inclusive se dispondo a ajudar na formatação deste pequeno
livro, a idéia poderia se tornar algo maior. Comecei a vislumbrar então a
possibilidade de criar um material que além de tentar ajudar de alguma forma as
pessoas que fumam e que desejam se libertar deste vício, também servir de
alerta (principalmente para os mais jovens) para não enveredarem pelo caminho
do vício e das drogas, seja lá qual for.
No início, me deparei com a
dificuldade de conseguir os recursos necessários para o pagamento de impressão
(material gráfico) do primeiro milheiro deste pequeno livro, mas, pensando um
pouco, percebi que o dinheiro que estava deixando de gastar com a compra dos
cigarros, poderia muito bem ser aplicado para este fim.
Este material foi baseado na minha
experiência pessoal e em algumas reportagens e estudos que consegui
pesquisando, inclusive na internet. Por
se tratar de minha experiência pessoal e tendo citado todas as fontes
conhecidas e principalmente por ser de interesse público, autorizo desde já sua
reprodução parcial ou total, desde que não seja para sua venda ou
comercialização e que se mantenha fiel a finalidade de ajudar numa reflexão
sobre este vício e principalmente alertar os mais jovens sobre os seus
malefícios e os de quaisquer outras drogas.
Não há nenhum outro interesse que
não seja o mencionado acima. Espero que todos que tiverem contato com tal
material saibam aproveitá-lo da melhor maneira possível.
Para quem não conhece “Itaipu” lugar
que me refiro neste relato é uma localidade localizada na região Oceânica de
Niterói (estado do Rio de Janeiro) que fica próximo de Piratininga, Camboinhas
e Itacoatiara aliás um lindo lugar principalmente para quem gosta de curtir a
natureza e deseja gozar do clima de mar e montanha ao mesmo tempo, e no qual
tenho o privilégio de residir.
Gostaria de colocar meu e-mail
pessoal para que todas as pessoas interessadas em colaborar de alguma forma,
enviem suas críticas ou sugestões. E-mail: carlos@cvb.eti.br .
Carlos
Vieira Bisetto
Isto é um livro, um livro de
história como tantos outros e como todo bom livro de história ele começa:
Era uma vez...
Parar de fumar é difícil, mas muito
menos impossível, então... para que começar?
1.
Itaipu 18 de junho (segunda
feira) de 2007
1º dia sem
fumar
Depois de
14 anos fumando todos os dias uma média de 30 cigarros por dia, e sentindo a
falsa sensação de bem estar que a NICOTINA (Alcalóide básico líquido, que
constitui o mais ativo princípio do tabaco) em menos de 8 segundos faz chegar
ao meu cérebro (via corrente sanguínea) me detenho durante alguns minutos em
frente ao espelho do banheiro e pergunto-me;: o que estou sentindo agora, neste
exato momento sem a presença dos cigarros e a substância que mais dependência
química provoca?
Tenho que
ser sincero comigo mesmo se realmente pretendo ter sucesso na minha tentativa
de parar de fumar, não adianta neste momento querer impressionar alguém ou me
mostrar forte para os outros, neste momento estou somente comigo e meu sucesso
ou fracasso depende única e exclusivamente de ser sincero sim, sincero comigo.
Vazio.
Acho que é essa a primeira sensação que sinto neste momento, um profundo
sentimento de vazio como se tivessem subtraído algo muito importante para minha
vida, percebo então que além desta incrível sensação de vazio experimento
também um certo torpor (Indiferença ou inércia moral) como se a vida pouco
importasse e que os afazeres do cotidiano se apresentem de forma chata e
enfadonha como sendo um simples script a ser seguido e cumprido sem nenhum
significado.
Balanço a
cabeça vigorosamente e tento recompor o sentido de razão que a todos nós norteia
e digo... vamos ao banho e depois ao trabalho e aos afazeres diários.
Sei que
pode parecer exagero, mas o que relatei acima é a mais pura verdade do primeiro
instante do dia sem fumar, estas sensações se repetem durante todo dia, hora
mais forte hora nem tanto, mas nunca sem estarem presentes. De repente, uma
vontade louca de sair correndo sem olhar para trás... ou de parar, sentar-me à
sombra de uma árvore e saborear mortais tragadas de um cigarro após um gostoso
gole de café
Termina o
dia e a noite entra em cena trazendo junto com ela uma incrível sensação de
insegurança, de desamparo, de incertezas e de que como será a tentativa de
dormir sem a minha inseparável companheira de 14 anos.
Como havia
imaginado tive uma péssima noite, onde dormi vários pequenos lapsos de tempos
de aproximadamente 15 minutos cada, até que acordei definitivamente exausto
para mais um dia de ex-fumante.
Pausa para
reflexão
Agora
deixe tocar num ponto quase nunca lembrado, mas absolutamente fundamental para
entender qualquer dependência química: o usuário sente prazer ao consumir a
droga.
No caso da
nicotina, esse prazer está ligado à sua interação imediata com receptores dos
neurônios situados em áreas do cérebro associadas às sensações de prazer e de
recompensa e à busca da repetição do estímulo que provocou o prazer. Se um
cigarro for consumido em dez tragadas, é de se calcular, o cérebro do fumante
de um maço por dia verá esse circuito repetir-se 73 mil vezes por ano. E
pergunto com lógica cristalina: que outra droga provoca 73 mil impactos de
prazer num ano? Nessa pergunta elementar está a resposta à dificuldade
enfrentada pelos 80% ou mais dos que fracassam na tentativa de abandonar o
cigarro. Nela está a explicação de por que é mais difícil largar do cigarro do que
do álcool, da maconha, da cocaína, da heroína, da morfina ou do crack.
2.
Itaipu 19 de junho (terça
feira) de 2007
2º dia sem
fumar
O segundo
dia na minha vida de não fumante não é muito diferente do primeiro, acho que a
diferença básica está no grau de intensidade que experimento todas as sensações
do primeiro dia, claro que agora num grau muito maior, principalmente por conta
de uma pequena palavrinha chamada “abstinência”.
Compulsões
Comportamentais
Para o
cérebro, toda recompensa é bem-vinda, venha ela de uma droga ilícita ou da
experiência vivida. Sempre que os neurônios dos centros encarregados de
reconhecer recompensas são estimulados repetidamente por substâncias químicas
ou vivências que confiram sensação de prazer, existe risco de um cérebro
vulnerável ficar dependente delas e desenvolver uma compulsão. Por isso tanta
gente bebe, fuma, cheira cocaína, perde casa em jogo de baralho, come demais,
faz sexo sem parar, compra o que não pode pagar e levanta peso compulsivamente
nas academias.
A palavra
dependência vem sempre associada às drogas químicas, ao desespero do dependente
para consegui-las, ao aumento da tolerância às doses crescentes e à crise de
abstinência provocada por sua ausência na circulação. A tríade
compulsão-tolerância-abstinência, no entanto, não é obrigatória mesmo no caso
de substâncias dotadas de alto poder de adição.
A cocaína,
por exemplo, droga de uso altamente compulsivo, causa síndromes de abstinência
relativamente discretas, desde que o usuário não entre em contato com a droga
ou com alguém sob o efeito dela. Apesar de causar dependência, a maconha muitas
vezes é consumida esporadicamente, sem que o usuário apresente crises de
abstinência dignas de nota. Doentes que tomam morfina para combater dores
fortes, em menos de 3% dos casos, desenvolvem obsessão pelo medicamento quando
as dores param.
Toda vez
que o cérebro é submetido a estímulos repetitivos carregados de conteúdo
emocional, os circuitos de neurônios envolvidos em sua condução se modificam
para tentar perpetuar a sensação de prazer obtida.
Junto com
Abstinência
No meu
caso junto com a crise de abstinência vem o que chamo de força do hábito, isso
ainda não encontrou nenhum tipo de explicação nos meios científicos, mas o que
importa é que ele existe e está presente de forma significativa a cada momento
(se presto atenção) o que faz com que tente ocupar meu cérebro no exercício
constante de encontrar prazer em outras coisas mais singelas e simples que
normalmente estão presentes no nosso cotidiano e que por conta do vício de
fumar e do efeito da droga (Dona Nicotina) acabam por passarem despercebidas.
Observações
Em minha
opinião baseando-me na minha própria experiência, é claro, diria que o segundo
dia principalmente ao findar do dia é o momento mais agudo da crise de
abstinência e acredito que poucas pessoas conseguem passar este segundo dia sem
algum tipo de ajuda, seja ela de que tipo for, até mesmo uma simples ligação e
um pequeno papo com alguém conhecido e de nosso circulo de pessoas queridas.
Apesar de
considerar como tendo sido o momento mais agudo de abstinência, devo
acrescentar também que ao contrário da primeira noite, tive uma noite muito
gostosa e tranqüila de sono, assim como se meu corpo já sentisse os benefícios
de um menor número de substâncias impuras em seu interior.
Explicação
médica com base em pesquisas
Os
primeiros dois dias sem fumar são os piores. As crises se sucedem uma atrás da
outra até atingirem freqüência e duração máximas em 48 horas. Nesse período, as
manifestações incluem irritação, ansiedade, tremores, sudorese fria nas mãos,
fome compulsiva, modificação do hábito intestinal, alterações da arquitetura do
sono (insônia ou hipersônia), dificuldade extrema de concentração e alternância
de episódios de apatia com outros de agressividade comportamental.
3.
Itaipu 20 de junho (quarta
feira) de 2007
3º dia sem
fumar
Finalmente
um momento de alento nesta difícil, mas não impossível tarefa de autodisciplina
e força de vontade, este momento foi por mim muito festejado uma vez que me senti
cheio de esperança e autoconfiança, de forma contrária aos dois primeiros dias
me vi cheio de sentimentos de amor e bondade onde a sensação de insegurança, de
desamparo cedeu lugar à segurança e ao amparo de mim mesmo e do próprio
universo com toda sua força e energia para o sucesso de cada um de nós.
Neste
momento, não pude deixar de pensar como nós somos responsáveis por nosso
próprio bem estar e o quanto podemos influenciar outras pessoas para que pensem
de uma maneira confiante e positiva.
Arrisco a
dizer (neste momento) que o terceiro dia é como se nunca tivesse fumado um dia
ao menos em toda minha vida, onde a vontade de fumar e os sinais de abstinência
praticamente como que por um passe de mágica deixaram de existir.
Explicação
médica com base em pesquisas
A partir
do terceiro dia, a freqüência das crises e a intensidade dos sintomas começam a
diminuir gradativamente, dia após dia. À medida que as semanas se sucedem, o
desejo de fumar continua a manifestar-se, mas vai embora cada vez mais
depressa.
Em média,
seis meses depois de parar de fumar, a maioria dos ex-fumantes já consegue
passar um ou outro dia sem se lembrar da existência do cigarro.
Os
neurônios começam a ficar livres da dependência que os sucessivos impactos
diários de nicotina causaram em seus circuitos. É a liberdade do cérebro, que,
para ser mantida, exige o preço da eterna vigilância, porque a doença é
traiçoeira, crônica e recidivante.
4.
Itaipu 21 de junho (quinta
feira) de 2007
4º dia sem
fumar
Antes de
falar sobre o meu quarto dia como não fumante, gostaria de colocar aqui uma
pequena matéria sobre um livro que relata a atitude IMORAL e CRIMINOSA das
grandes indústrias do tabaco, mostrando que infelizmente para estas indústrias
nossas vidas não passam de números estatísticos para aumentarem seus lucros,
baseados sempre na mentira, astúcia e principalmente, na ingenuidade de nossos
jovens facilmente influenciados por uma poderosa indústria de sonhos
mentirosos.
Fraude,
corrupção e mentiras
Os
fabricantes de cigarro levaram 40 anos para admitir o que já sabiam desde os
anos 1950: o fumo causa câncer de pulmão. Nesse período, "a indústria do
tabaco cometeu uma sucessão de fraudes, propagou mentiras com ares de
controvérsia científica e enganou os consumidores num nível provavelmente
inédito na história do capitalismo". Assim começa o excelente livro
"O Cigarro" (Publifolha, 87pág.), de Mario Cesar Carvalho.
Nele, o
autor conta a história do cigarro desde suas origens. Diz que o capelão da
primeira expedição francesa ao Brasil, em 1556, já relatou seu uso entre os
tupinambás. Daqui, o fumo emigrou clandestinamente para Portugal e para a Espanha.
Fumar
cigarro era raridade até o final do século 19. Em 1880, cerca de 58% dos
usuários de tabaco eram mascadores de fumo, 38% fumavam charuto ou cachimbo, 3%
cheiravam rapé e apenas 1% era fumante de cigarro. Nesse ano, o americano James
A. Bonsack inventou uma máquina capaz de enrolar 200 cigarros por minuto, o que
criou condições para o aparecimento da indústria.
Então veio
a distribuição de cigarros aos soldados nas trincheiras, durante a Primeira
Guerra, e seu uso, que se achava restrito às camadas marginais das sociedades
americanas e européias, explodiu. Em 1900, o consumo anual americano era de
cerca de 2 bilhões de cigarros; em 1930, chegou a 200 bilhões.
As duas
guerras mundiais, que afrouxaram a oposição ao cigarro, a urbanização
acelerada, a criação do mercado de massa e a expansão do mercado de trabalho,
criaram as condições para que a epidemia do fumo se espalhasse pelo mundo,
envolta em glamour por Hollywood, como símbolo de modernidade.
Descrito
com clareza o cenário que levou à disseminação dessa praga do século 20 pelos
cinco continentes, o autor mostra como ocorreu a tomada de consciência da
sociedade em relação aos malefícios do fumo e como a indústria boicotou as
informações científicas que esclareciam a associação do cigarro com o câncer e
com as doenças cardiovasculares. Até a década passada, por exemplo, a indústria
se negava a reconhecer até o mais óbvio: que a nicotina provoca dependência,
num deboche cínico aos que enfrentam o tormento de parar de fumar.
Essa
guerra suja, engendrada por executivos de terno e gravata e por pesquisadores
sem escrúpulos alugados por eles, é apresentada de forma sucinta e contundente,
justificando plenamente a conclusão inicial de que a indústria enganou de forma
vil os consumidores, provocando milhões de mortes evitáveis.
A
estratégia de rebater todas as evidências de que o cigarro provoca doenças mortais
conseguiu assegurar aos fabricantes o direito de manter, por muitos anos, a
propaganda do cigarro pelos meios de comunicação de massa, com mensagens
dirigidas a adolescentes, concebidas para aliciá-los à escravidão da
dependência de nicotina. Existe, na história do capitalismo, exemplo mais
abominável de crime contra as crianças, perpetrado em nome do lucro?
Nos dias
de hoje, esse aliciamento criminoso se faz sentir especialmente nos países em
desenvolvimento, nos quais a defesa da saúde pública ensaia os primeiros passos
e a vida humana parece valer menos. Conformada com a perda de mercado nos
países industrializados, a indústria do fumo descarrega seu poder de fogo para
conquistar novos dependentes nos países pobres.
No Brasil,
apesar do avanço inegável dos últimos anos, a adoção de medidas restritivas à
publicidade do cigarro aconteceu com 30 anos de atraso em relação aos Estados
Unidos, como nos lembra o autor. Desde 1971, é proibido anunciar cigarro na TV
americana; no Brasil, a proibição foi feita há pouco mais de um ano. Durante 30
anos, nossas crianças foram bombardeadas com mensagens para induzi-las a fumar,
enquanto as americanas eram protegidas pela legislação de seu país.
Da mesma
forma, atualmente, enquanto as multinacionais da indústria de tabaco
concordaram em pagar 246 bilhões de dólares para convencer os 50 estados
americanos a desistir de mover contra elas ações por fraude contra a saúde
pública, aqui não arcam nem sequer com um centavo das despesas com o tratamento
das doenças provocadas pelo cigarro. Por quê? Para essas companhias, a vida de
um cidadão americano vale mais?
Nesse
campo, vale a pena acompanhar com todo o cuidado a ação que a Associação em
Defesa da Saúde do Fumante (Adesf) move contra a Souza Cruz e a Philip Morris e
que conseguiu, no Supremo Tribunal, a inversão do ônus da prova, isto é, as
companhias é que terão de provar que cigarro não vicia. Foi uma ação similar a
essa que possibilitou o acordo de US$ 246 bilhões nos Estados Unidos, como bem
ressalta Carvalho.
O ponto
alto do livro, no entanto, está no capítulo "Por que o Cigarro Conquistou
o Mundo". Nele, o autor toca num ponto quase nunca lembrado, mas
absolutamente fundamental para entender qualquer dependência química: o usuário
sente prazer ao consumir a droga.
Continuando
o 4º dia sem fumar
ALERTA! ALERTA!
ALERTA! ALERTA GERAL!
Tenho pra
mim que esta é a melhor maneira de falar sobre esta etapa do 4° dia, e a
palavra “ALERTA” reflete bem como devo estar neste dia... e vou explicar o
porquê.
Somos seres
humanos passíveis de muitos erros e enganos, mas quando se trata de algum tipo
de vício além de estarmos sujeitos aos erros e aos enganos estamos
sujeitos principalmente a nossa própria demasiada autoconfiança e à
soberba (2. Orgulho excessivo; altivez, arrogância; sobrançaria).
Mesmo
sentindo agora muito pouco os efeitos da abstinência (praticamente não existe
mais), começo a me colocar na posição que posso fumar novamente sem que seja
pego no vício e passo a me ver como o senhor de todas as minhas ações e
totalmente convicto de que agora quem tem controle da situação sou eu, que eu é
que controlo o cigarro e não ele que me controla e neste devaneio começo a
esquecer gradativamente aos poucos que o cigarro junto com a Dona Nicotina
vicia e que para o vicio não existe razão ou controle da situação só existe o
vício e a melhor maneira de se conseguir a droga de qualquer jeito.
Sei que o
parágrafo acima pode parecer meio melodramático chegando mesmo a acharem os
mais incautos que o que escrevi pode bem ser aplicado a drogas mais pesadas
como “COCAINA OU CRACK” e não aos cigarros, pois eu afirmo e volto a alertar
não posso me deixar enganar, a nicotina é uma das piores (se não for a pior)
drogas que existem e o que é mais terrível, totalmente legalizada e com
complacência de nossa sociedade.
Chego ao
fim de mais um dia de ex-fumante e mesmo não tendo um sono tranqüilo como
gostaria (provavelmente ainda por conta da adaptação do meu organismo) pego no
sono convicto que tenho total controle sobre a situação e que posso fumar um
cigarro no momento que desejar sem que venha a ficar dependente novamente.
Mais um
pouco de informações úteis sobre nosso anti-herói o cigarro: cigarro again...
sobre fumos de baixos teores.
De gravata
ou revólver na mão...
Ao contrário
do que imaginam os fumantes, cigarros de baixos teores são mais nocivos à
saúde. Na primeira metade do século 20, a indústria do fumo fez o possível e o
inimaginável para impedir que a sociedade fosse informada dos malefícios do
cigarro.
Nos anos
60, depois da publicação da monografia "Fumo e Saúde", na Inglaterra,
e do relatório "Luther Thierry, General Surgeon", nos Estados Unidos,
nos quais foram reunidos mais de 30 mil estudos que demonstravam ser o
tabagismo a principal causa isolada de mortes e doenças crônicas, a indústria
houve por bem lançar o chamado cigarro de baixos teores, também batizado de
"light", "ultralight" ou "low tar".
O
bombardeio publicitário pela TV e demais meios de comunicação sugeria aos
incautos que as marcas "light" representariam uma forma segura de
fumar: fumos com teores reduzidos de alcatrão e nicotina deveriam fazer menos
mal do que aqueles com concentrações mais altas dessas substâncias.
Como
conseqüência, seu consumo virou moda; especialmente entre as mulheres, o alvo
principal das campanhas para expandir o mercado de dependentes. Na verdade,
tratava-se de uma manobra criminosa: comparado com os fumos mais fortes, o
cigarro de baixos teores é um agravo muito mais sério à saúde. Para conquistar
usuários do sexo feminino e facilitar para as crianças a aceitação do sabor
aversivo da fumaça, a indústria adiciona aos cigarros de baixos teores
compostos naturais e sintéticos com odores e gostos agradáveis, como o
etilvalerato (maçã), álcool fenílico (rosas), anetol (anis) e muitos outros.
Muitos, mesmo: são mais de 600 - segundo o Food and Drug Administration, dos
Estados Unidos -, que vêm somar-se aos 5.000 ou 6.000 normalmente presentes no
cigarro.
A
combustão de vários desses aditivos dá origem a subprodutos hepatotóxicos ou
cancerígenos. A nicotina é uma droga que exerce ação psicoativa ao ligar-se a
receptores existentes nos neurônios de diversas áreas cerebrais. Quando esses
receptores ficam vazios o fumante entra em crise de abstinência e acende o
próximo cigarro.
Ao dar a
primeira tragada, a ansiedade desaparece de imediato porque a droga vai dos
pulmões ao cérebro em apenas seis a dez segundos. Esse mecanismo é tão poderoso
que o cérebro não deixa a critério do fumante a inalação da quantidade de
nicotina exigida pelos neurônios dependentes: são eles que controlam a duração
e a profundidade da tragada. Se a concentração da droga na fumaça é mais baixa
o cérebro ordena uma tragada mais profunda e duradoura. Ao aspirar com mais
força, o ar entra com maior velocidade e queima proporcionalmente mais tabaco
do que o papel das laterais, aumentando o conteúdo de nicotina na fumaça e
provocando alterações químicas que a tornam mais facilmente absorvida nos
alvéolos pulmonares.
Por essas
razões, até hoje nenhum estudo demonstrou que fumantes de cigarros
"light" apresentem menos doenças cardiovasculares, respiratórias ou
câncer. Pelo contrário, alguns trabalhos mostram incidência mais alta de
ataques cardíacos e de doenças respiratórias.
Faço essas
observações, para comentar um trabalho publicado na revista médica "The
Lancet" por três autores canadenses que tiveram acesso aos documentos dos
estudos sobre os efeitos do cigarro, conduzidos secretamente pela multinacional
British American Tobacco (controladora da Souza Cruz, no Brasil) no período de
1972 a 1994, agora tornados públicos depois de longa batalha judicial vencida
pelas autoridades norte-americanas.
Os exames
para analisar cigarros são regulamentados por uma organização internacional
(ISO). O teste padrão é feito por meio de uma máquina de fumar que uma vez por
minuto, dá uma tragada de dois segundos de duração, na qual são inalados 35
mililitros de fumaça para análise. Ocorre que os pesquisadores da companhia
descobriram que o fumante médio é mais ávido: dá duas tragadas por minuto, nas
quais inala 50 a 70 mililitros de cada vez. Na documentação, os autores
canadenses verificaram que a multinacional não estava simplesmente interessada
nos hábitos dos fumantes, procurava usar esse conhecimento para desenvolver um
cigarro que obedecesse às normas legais de acordo com as análises efetuadas
pelas máquinas de fumar, enquanto aumentava o conteúdo de nicotina a ser
absorvido pelos pulmões fumantes, como evidencia um documento interno datado de
1983: "O desafio é reduzir o conteúdo de nicotina determinado pelas
medidas das máquinas, e ao mesmo tempo aumentar a quantidade realmente
absorvida pelo fumante".
Outra
diretriz interna propunha: "O ideal é que os cigarros de baixos teores não
pareçam diferentes dos normais... Eles devem ser capazes de liberar 100% mais
de nicotina do que o fazem nas máquinas de fumar".
Em 1978,
enquanto a publicidade milionária exaltava as virtudes das marcas
"light", um dos médicos contratados pela empresa advertia, em sigilo:
"Talvez a variável mais importante para caracterizar o risco à saúde seja
a duração do contato com a fumaça inalada. Se assim for, a fumaça inalada
profundamente através dos cigarros de baixos teores deve ser mais
prejudicial".
Moral da
história: de terno e gravata ou revólver na mão, vendedores de drogas são
indivíduos dispostos a cometer qualquer crime para ganhar dinheiro.
5º dia sem
fumar
10 minutos
que parecem uma vida inteira...
Começo o dia
radiante, não somente pela ausência das 4.720 substâncias nocivas que compõem o
cigarro e que já não fazem mais parte de minha vida a 5 dias, mas também por
estar cada vez mais convicto de que agora realmente quem detém o controle da
situação sou eu e não mais o vício.
Olho-me no
espelho e recordo-me imediatamente do primeiro dia na minha árdua caminhada na
luta contra o cigarro e seus 4.720 aliados (uma luta bastante desigual e
injusta), mas que chega ao quinto dia com inúmeras vitórias e um agradável
sabor de dever cumprido.
Após
escovar os dentes e sentir a gostosa sensação de hálito puro (juro que não se
trata de propaganda de creme dental) e sem fumaça entro no banho e cantarolando
uma canção qualquer decido; depois do banho vou até a padaria em frente de casa
e vou beber um café e comprar um maço de cigarros e depois disso paro
novamente, pois sei muito bem que sou mais forte que o vício e sou o dono dos
meus próprios desejos e posso muito bem provar isso fazendo este exercício.
Até este
momento ainda não havia me dado conta (e talvez nem viesse me dar) do aliado n°
4.721 do cigarro, conhecido como “SILADA DA AUTOCONFIANÇA”.
Saí do
banho me troquei e como decidido fui à padaria, bebi um gostoso café e comprei
um maço de cigarros de minha marca favorita “FREE BOX” por um preço bastante
acessível até mesmo para as camadas mais pobres da população, somente R$ 3,00.
Neste
momento, nem ao menos parei para refletir o porquê de um maço de cigarros
custar tão pouco...
Custos:
Os custos
do vício para o bolso do fumante em nosso país ainda são pequenos, mas não
deixam de impressionar. Ao final de vinte anos o fumante poderia ter comprado
um carro popular. Mas impressionante mesmo é o custo nos países desenvolvidos
(* - ver tabela na página seguinte). Não há como não questionar o
posicionamento dos órgãos competentes e legisladores frente a isso:
Será que
existe um "lobby", patrocinado pela indústria do tabaco, para manter
o preço baixo e desta forma ter sempre mais e mais viciados e adictos? Será?
Aumentar
as alíquotas de impostos ou sobretaxar os trabalhadores segmentados trará mais
retorno aos cofres públicos?
Estranho
isso... não?
Após 50
anos de silêncio e do alto faturamento das indústrias do cigarro, a Phillip
Morris International em seu site coorporativo alerta para os malefícios do
cigarro e creio que mesmo os fumantes esclarecidos iriam concordar com um
aumento por maior que fosse, desde que os impostos tivessem aplicação conhecida
e garantida que não o bolso de nossos governantes corruptos e ladinos.
Países |
Impostos |
1 Ano |
5 Anos |
10 Anos |
20 Anos |
Inglaterra |
79% |
R$ 8.139,50 |
R$ 40.697,50 |
R$ 81.395,00 |
R$ 162.790,00 |
França |
79% |
R$ 5.606,40 |
R$ 28.032,00 |
R$ 56.064,00 |
R$ 112.128,00 |
Dinamarca |
79% |
R$ 5.584,50 |
R$ 27.922,50 |
R$ 55.845,00 |
R$ 111.690,00 |
Suécia |
70% |
R$ 5.110,00 |
R$ 25.550,00 |
R$ 51.100,00 |
R$ 102.200,00 |
Finlândia |
76% |
R$ 4.876,40 |
R$ 24.382,00 |
R$ 48.764,00 |
R$ 97.528,00 |
Áustria |
71% |
R$ 4.142,75 |
R$ 20.713,75 |
R$ 41.427,50 |
R$ 82.855,00 |
Alemanha |
75% |
R$ 4.106,25 |
R$ 20.531,25 |
R$ 41.062,50 |
R$ 82.125,00 |
Itália |
73% |
R$ 4.015,00 |
R$ 20.075,00 |
R$ 40.150,00 |
R$ 80.300,00 |
EUA |
24% |
R$ 3.854,40 |
R$ 19.272,00 |
R$ 38.544,00 |
R$ 77.088,00 |
Espanha |
71% |
R$ 3.047,75 |
R$ 15.238,75 |
R$ 30.477,50 |
R$ 60.955,00 |
Portugal |
75% |
R$ 2.737,50 |
R$ 13.687,50 |
R$ 27.375,00 |
R$ 54.750,00 |
Turquia |
42% |
R$ 1.277,50 |
R$ 6.387,50 |
R$ 12.775,00 |
R$ 25.550,00 |
Rússia |
|
R$ 1.014,70 |
R$ 5.073,50 |
R$ 10.147,00 |
R$ 20.294,00 |
Brasil |
75% |
R$ 730,00 |
R$ 3.650,00 |
R$ 7.300,00 |
R$ 14.600,00 |
Holanda |
70% |
R$ 365,00 |
R$ 1.825,00 |
R$ 3.650,00 |
R$ 7.300,00 |
* -
Baseado no preço médio dos cigarros em cada país.
Top 10
Adultos fumantes no mundo
Turquia 51%
Sérvia 45%
Rússia 36%
Alemanha 35%
Brasil 33%
França 32%
Inglaterra 27%
Itália 25%
Estados Unidos 23%
Continuando...
Voltei da padaria
abri o maço de cigarros e antes de puxar o cigarro para fumar coloquei o maço
em cima da mesa e por alguns minutos fiquei a olhar, e graças a Deus a pensar,
pensar, pensar...
Acho que
fiquei durante uns dez minutos pensando (mas confesso pareceram mais ser uma
vida inteira) nas conseqüências de minha atitude caso estivesse errado com
relação ao meu poder sobre a droga, olhei mais uma vez detidamente para o maço
de cigarros em cima da mesa como a decorar seus detalhes respirei profundamente
sentindo o ar puro entrando nos meus pulmões peguei minha pasta e numa atitude
de extrema felicidade virei às costas e sai para trabalhar, largando em cima da
mesa uma arma engatilhada pronta para disparar.
Durante o
dia no trabalho, de tempos em tempos pensava na arma que havia largado em cima
da mesa e cada vez que lembrava a imagem sentia um calafrio percorrer todo meu
corpo (uma mistura de vontade de fumar com a certeza de que quando chegasse em
casa ele ainda estaria ali).
Passei
então à controlar o tempo que faltava para terminar meu expediente e a melhor
maneira de livrar-me do dantesco objeto, cabe ressaltar nesta parte que minha
imaginação não teve limites, para se ter uma idéia até mesmo pensei em amarrar
um cordão no maço de cigarros e baixá-lo vagarosamente na privada inúmeras
vezes até que ele começasse a se decompor (risos) acho que caracterizava-se
neste momento meu repúdio e meu desejo de vingança por ele que tanto mau já
causou a mim e à humanidade. Quixotesco (mais risos).
Sem
maiores delongas.... chegando em casa peguei o dito pelas orelhas e presenteei
meu vizinho de prédio (inveterado fumante), mas não sem antes explicar-lhe o
motivo de tal atitude e dando-lhe a chance de também parar de fumar e recusar
o presente.
Em vão,
aceitou o presente de imediato, sem, no entanto deixar de elogiar minha atitude
e força de vontade.
Antes de
passar para os próximos “dias sem fumar” e conseqüentemente o término deste não
tão breve relato gostaria de pedir licença para colocar vários artigos com
imagens dignas de uma galeria de horrores no intuito de realçar e marcar em
nossa mente e retina o poder destrutivo desta que não só eu (como leigo e
ex-usuário), mas como a grande maioria dos médicos elegeu a pior de todas as
drogas.
Impressionantes
relatos
Gostaria
de deixar meu depoimento como força aos fumantes para largar esse vício
horrível. Meu pai tem 68 anos e começou a ficar doente há 6 meses.
Diagnosticaram tuberculose, fez 3 meses de tratamento sofrido, vários foram os
efeitos colaterais e, na metade do tratamento, de um dia para outro,
largou de fumar, a dor e
o desespero tomaram
o lugar da vontade pelo fumo.
Quando
completou 60 dias que havia parado de fumar descobrimos que a doença não era
tuberculose e sim câncer do pulmão, o qual já está em estágio avançado. Além do
sofrimento de saber que está com a doença, está com o corpo todo intoxicado dos
remédios tomados em excesso. Ele não pára de falar que, se pudesse voltar
atrás, teria parado de fumar muito antes.
Meu pai
sempre foi uma pessoa muito forte, mas o fumo tomou conta do corpo dele e está
acabando com sua vida. As pessoas que fumam devem tomar consciência que acabam
prejudicando não só a si mesmas, mas todos aqueles que as amam, porque ver o
sofrimento de uma pessoa querida é muito difícil e revoltante, é como se nós
também estivéssemos doentes. Vocês fumantes, não esperem o sofrimento fazê-los
largar o vício, substituam-no pela vida, pela saúde, pela felicidade...
Fumei
durante 37 anos, sempre tive vontade de parar, mas fui uma patife e nunca
tentei com medo de não conseguir. Que bobagem. Eu nunca ouvi de um médico a
frase a senhora precisa parar de fumar.
Na
primeira e única vez que ouve e não fui procurar o médico por mim e sim pelo
meu marido, que estava necessitando de parar de fumar. Até a meia-noite deste
dia eu fumei, sobraram quatro cigarros na primeira carteira que retirei de um
pacote que havia comprado no dia anterior.
Amanheci o
dia inédito com meu marido fumando na janela, (somos casados a vinte e quatro anos,
e sempre fumamos dentro de casa até mesmo no quarto), quando senti o cheiro do
cigarro senti que não conseguiria respirar, corri para o banheiro sem que ele
percebesse e não levei o meu cigarro companheiro, foi o primeiro que me livrei,
no decorrer do dia dizia a mim mesma mais um que eu não fumo. No final do dia
exatamente à meia-noite, entre meu marido e amigos, tomando cervejinha,
compartilhei a todos que estava há 24 horas sem fumar. Estou desde o dia 15 de
Dezembro de 2006 sem dar uma tragada sequer. Continuo tomando meus cafezinhos,
minhas cervejinhas e não evitei os companheiros fumantes, com minha atitude
consegui que mais 3 pessoas parassem de fumar, e estamos torcendo para que meu
marido consiga parar, ele está
reunindo forças e tem evitado porém não
conseguiu parar ainda.
Parabéns a
todos que assim como eu conseguiu parar e boa sorte a todos que estão tentando
achar a coragem, uma dica, ela está dentro de nós mesmos.
1. Perda
de cabelo
O fumo
contrai os pequenos vasos sangüíneos do couro cabeludo o que causa falta de
oxigênio e a debilitação dos folículos capilares. O fumo também debilita o
sistema imunológico, deixando o corpo mais vulnerável a doenças como
"erythematosus de lupus" que causa perda de cabelo, ulceração na boca
e erupções cutâneas na face, couro cabeludo e mãos.
2.
Catarata
É crido
que fumar causa ou piora várias condições da visão. Quem fuma mais de 20
cigarros por dia tem duas vezes mais probabilidades de desenvolver a catarata,
uma turvação da lente do olho que bloqueia a luz e pode conduzir a cegueira.
São dois os modos: Irritando os olhos e libertando substâncias químicas nos
pulmões que então viajam até os olhos via circulação sangüínea.
3.
Enrugamento
O fumo
envelhece a pele prematuramente esgotando as proteínas que dão elasticidade e a
vitamina A. A pele de fumantes fica seca, dura e com linhas minúsculas,
especialmente ao redor dos lábios e olhos. Fumantes de 40 têm mais rugas
faciais que os não-fumantes de 60.
4. Perda
de audição
Fumar cria
uma placa nas paredes dos vasos sanguíneos, decrescendo o fluxo de sangue para
o ouvido interno. Fumantes podem perder a audição mais cedo que não-fumantes
(até 16 anos mais cedo, de acordo com um estudo) e estão mais suscetíveis a
perda da audição em função de infecções do ouvido ou barulho alto.
5. Câncer
de pele
O fumo não
causa o melanoma (câncer de pele), mas aumenta suas chances de morrer desta
doença assim como aumenta em 50% o risco de carcinoma - um câncer que deixa
erupções escamosas avermelhadas na pele.
6. Cárie
de dente
O fumo
interfere com a química da boca, criando um acúmulo na placa, amarelando os
dentes e contribuindo com a cárie. Fumantes podem perder os dentes muito antes
do tempo.
7. Doenças
pulmonares
É grande o
número de mortes causadas por debilitação das condições pulmonares além do
câncer de pulmão. Enfisema, uma inchação que rompe as bolsas de ar e reduz a
capacidade dos pulmões para levar oxigênio (e expelir gás carbônico). Em casos
extremos, uma traqueotomia ajuda os pacientes a respirar. Bronquites crônicas
criam uma formação do muco cheio de pus, resultando em uma tosse dolorosa e
dificuldades na respiração.
8.Osteoporose
O monóxido
de carbono, gás venenoso do escapamento dos carros e da fumaça de cigarro,
chega mais prontamente ao sangue que o oxigênio deixando-o até mais 15% pesado.
Como resultado, os ossos de fumantes perdem densidade, fraturam mais facilmente
e levam 80% mais tempo pra curar. Aqueles que fumam mais de um maço por dia
também são mais suscetíveis a estes problemas. Um estudo prova que
trabalhadores industriais que fumam experimentam a sensibilidade a dor até
cinco vezes mais e maior.
9. Doença
de coração
O fumo
relacionado a doenças cardiovasculares mata mais de 600.000 pessoas a cada ano
nos países desenvolvidos do mundo. Fumar faz o coração bater mais rapidamente,
aumenta a pressão sangüínea e aumenta o risco de hipertensão e entupimento das
artérias.
10.
Úlceras de estômago
O fumo
reduz a resistência às bactérias que causam úlceras de estômago. Também
prejudica a habilidade do estômago para neutralizar o ácido depois de uma
refeição, deixando-o corroer a parede que forra o aparelho estomacal. Úlceras
em fumantes são mais difíceis de tratar e mais prováveis de recorrerem.
11. Dedos
descorados
O alcatrão
da fumaça de cigarro mancha os dedos e unhas com um marrom-amarelado e mau
cheiroso.
12. Câncer
cervical
Além de
aumentar o risco de câncer cervical e uterino, o fumo pode criar problemas de
fertilidade para as mulheres e complicação durante gravidez e parto. Ainda
baixa os níveis de estrogênio, acelerando a menopausa.
13.
Esperma deformado
O fumo
pode deformar o esperma e danifica seu DNA, causando problemas ou defeitos no
nascimento. Na realidade, homens que fumam mais de 20 cigarros por dia têm um
risco 42% maior de gerar uma criança que contraia câncer. Também diminui a
quantidade de esperma e reduz o fluxo de sangue no pênis, às vezes causando
impotência.
14.
Psoriasis
Os
fumantes têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver
"psoriasis", uma condição inflamatória de pele não contagiosa,
semelhante a sarna, deixando manchas vermelhas por todo o corpo. As pesquisas
ainda incipientes nesta área hipotetizam que o fumo pode alterar e levar altos níveis
de substâncias químicas tóxicas para as células brancas do sangue.
15. A
doença de Bueger
O fumo
pode danificar as paredes dos vasos sangüíneos, causando dificuldade para o
coração bombear sangue às extremidades. Em casos sérios, a Doença de Bueger
pode conduzir à gangrena (a morte de tecido de corpo) e até mesmo a amputação
de um membro.
16. Câncer
Foram
mostrados pelo menos 60 elementos na fumaça do cigarro que podem causar o
câncer, de acordo com o Action on Smoking and Health, uma importante ONG
antitabaco do REINO UNIDO. Fumantes masculinos têm 22 vezes mais probabilidades
de desenvolver câncer do pulmão (16a) que não-fumantes.
E de
acordo com vários estudos, quão maior o tempo do vício, maior o risco de
desenvolver vários cânceres, inclusive de:
16b -
nariz (duas vezes maior)
16c -
língua, boca, glândula salival e faringe (seis vezes para mulheres, 27 vezes
para homens); garganta (12 vezes); esôfago (oito a dez vezes)
16d - rins
(cinco vezes) pênis (duas a três vezes)
16e -
pâncreas (duas a cinco vezes) e ânus (oito a nove vezes).
16f A
ligação entre fumar e câncer de seio é talvez o mais controverso: algumas
evidências sugerem que o fumo aumenta o risco de uma mulher desenvolver o
câncer, outra evidência indica que, baixa os níveis de estrogênio.
Meninas
marcam bobeira e fumam mais do que os meninos! Cigarro 1X0 garotas
6.
Itaipu 25 de junho (segunda
feira) de 2007
6º, 7°, 8°
..... 162° dias sem fumar
Gostaria
de fazer um brinde neste momento, com taças repletas de saúde, harmonia,
equilíbrio e muito ar puro (principalmente sem fumaça de cigarros) com todos
que chegaram até aqui e tiveram a paciência de lerem o meu relato e as matérias
das várias entidades e pessoas que de alguma forma dedicam seu tempo ou parte
do seu tempo para alertarem e denunciarem as mazelas conseqüentes desta
terrível praga “O CIGARRO”.
Hoje esta
fazendo mais de 162 dias (quase 6 meses) que não fumo (menos 4.860 cigarros a
me consumir as entranhas) e tenho consciência e a mais nítida convicção de que
tenho um longo caminho ainda a percorrer até poder dizer que parei de fumar,
mas tenho também a certeza que estou no caminho certo e que o primeiro e o mais
importante passo foi dado.
No início
deste meu relato falei que isto é um livro, um livro de história como tantos
outros e gostaria de terminar este livro como outros tantos com um final lindo
e feliz onde todos vivem felizes para sempre, mas diante dos fatos
incontestáveis e das mais de 200 mil mortes anuais (somente no Brasil) vitimas
do nosso hediondo anfitrião me sentirei feliz se ao menos um jovem ao ler este
livro deixe de enveredar pelo caminho tortuoso desta terrível droga ou de
quaisquer outras conhecidas de todos nós (álcool, maconha, cocaína, heroína,
morfina, crack... etc.).
A vida é
uma grande e maravilhosa festa e nós devemos nos sentir orgulhosos de fazermos
parte dos convidados especiais.
NOTÍCIAS
Direto
da redação do FUMAÇA NEWS
Quarta-feira, 7 de novembro de 2007
TJ-MG
condena Souza Cruz a indenizar fumante em R$ 200 mil Danielle Ribeiro.
O TJ-MG
(Tribunal de Justiça de Minas Gerais) condenou a indústria de cigarros Souza Cruz
a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 200 mil a Rélvia Braga
Bittencout.
Na ação,
ela afirmou que "em razão do vício adquirido, teve vários transtornos como
mal estar, dor, lesões e sofrimento causando amputação da perna, além de várias
outras doenças".
Rélvia,
hoje com 58 anos de idade, começou a fumar aos 12 anos, incentivada pela
"beleza, glamour e símbolo de hombridade que os fabricantes de cigarro
tentavam associar ao uso do produto. Ela afirmou que diante dessa falsa imagem,
ilegal e desumana, passou a consumir cada vez mais cigarros na ilusão de que,
assim, poderia emergir em seu grupo de convívio social com uma jovem bem
sucedida e moderna".
Em seu
voto, o relator revisor do processo, desembargador Elpídio Donizetti Nunes,
afirmou que desde os idos de 1950, a indústria tabaqueira vem desenvolvendo
pesquisas que lhe forneceram a certeza de que a nicotina é geradora de
dependência físico-química, assim como estudos para sua maior liberação e
absorção pelo organismo e inclusive estudos genéticos objetivando desenvolver
planta de tabaco hipernicotinado.
"Logo,
a conclusão incontestável a que se chega é a de que as indústrias do cigarro
omitiram dolosamente as informações de que dispunham, com o fito de garantir o
sucesso das vendas do produto. Lamentavelmente, elas foram além. Não
satisfeitas em esconder da sociedade os malefícios da nicotina, passaram a
criar, por meio da publicidade, uma atmosfera socialmente positiva para o
consumo da droga. Com propagandas insidiosas e sedutoras, associaram o consumo
do cigarro a prestígio perante o grupo social, liberdade, modernidade e
sofisticação", afirmou o relator.
"É
por tal razão que não se pode admitir o argumento de que os fumantes agem com
livre arbítrio. Se pudessem imaginar que o cigarro contém mais de 40
substâncias tóxicas e que causa doenças como câncer de pulmão, enfisema e
impotência sexual, certamente não se habilitariam ao primeiro trago",
concluiu o desembargador.
Outro lado
A
fabricante de cigarros Souza Cruz informou por meio de sua assessoria de
imprensa que, por se tratar de decisão por maioria de votos, a empresa irá
recorrer ao próprio TJ-MG.
Além
disso, a Souza Cruz afirma que já foram proferidas 296 decisões rejeitando
pretensões semelhantes e 12 em sentido contrário, as quais estão pendentes de
recurso. "Todas as 195 decisões definitivas já proferidas pelo Judiciário
brasileiro afastaram as pretensões indenizatórias dos fumantes, ex-fumantes ou
seus familiares", diz a nota.
FONTE: Última Instância revista
Jurídica.
Comentário
Daniel L.
Bisetto (Universitário)–Rio de Janeiro, RJ - 07/11/2007 -
19:47
Os
argumentos da British American Tobacco, apelidada aqui de Souza Cruz, são
deploráveis. O corajoso desembargador Donizetti desnudou muito bem quem é essa
"indústria da morte". Alegar que fuma quem quer, é no mínimo
argumento imoral, pois fuma inicialmente quem foi durante anos bombardeados
pela propaganda indecente que fazia associação entre o sucesso, a imagem da
pessoa bem sucedida “que sabe o que quer” e o status ao hábito de fumar sem
falar na mensagem subliminar, como bem disse a vítima. E continua a fumar quem
já foi entorpecido pela dependência química dos produtos mortais agregados ao
processo de fabricação. Fuma, quem caiu na armadilha ainda quando bem jovem e
facilmente influenciável.
Do contrário poderíamos alegar: usa drogas quem
quer e desta maneira mandaríamos colocar em liberdade todos os traficantes
presos até hoje.
É
profundamente lamentável que essa indústria permaneça arrasando a saúde de
tanta gente impunemente. O lobby funciona em todos os escalões, e enquanto não
tivermos um punhado de homens com a coragem e determinação deste desembargador,
essa indústria continuará a zombar da própria justiça, ou melhor, dos
princípios em que se deve apoiar a justiça. Pois, alegar imensa quantidade de
ações perdidas pelas vitimas, é escárnio, é a certeza da impunidade.
E talvez
seja este posicionamento no mínimo “equivocado” do nosso judiciário quanto às
ações a favor da indústria do cigarro que delineia tão claramente a diferença
entre uma nação desenvolvida de outra ainda em “quase eterno processo de
desenvolvimento”.
Mas, um
dia...
DADOS DISPONIBILIZADOS NO SITE DO
INCA – INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
AO PARAR DE
FUMAR SEU CORPO VAI RECEBENDO BENEFÍCIOS CONSTANTES.
VEJA SÓ:
APÓS 20
MINUTOS
A PRESSÃO SANGUÍNEA E A PULSAÇÃO VOLTAM AO NORMAL.
APÓS 2 HORAS
NÃO HÁ MAIS NICOTINA CIRCULANDO NO SEU SANGUE.
APÓS 8 HORAS
O NÍVEL DE OXIGÊNIO NO SANGUE SE NORMALIZA.
APÓS 12 A 24
HORAS
SEUS PULMÕES JÁ FUNCIONAM MELHOR.
APÓS 2 DIAS
SEU OLFATO JÁ PERCEBE MELHOR OS CHEIROS E SEU PALADAR JÁ DEGUSTA
MELHOR A COMIDA.
APÓS 3
SEMANAS
VOCE VAI NOTAR QUE SUA RESPIRAÇÃO SE TORNA MAIS FÁCIL E A
CIRCULAÇÃO MELHORA.
APÓS 1 ANO
O RISCO DE MORTE POR INFARTO DO MIOCÁRDIO JÁ FOI REDUZIDO A METADE.
APÓS 5 A 10
ANOS
O RISCO DE SOFRER INFARTO SERÁ IGUAL AO DAS PESSOAS QUE NUNCA
FUMARAM.
APOIO
http://www.revistainteratual.com.br/